Essa expressão que eu não entendia bem, hoje minha mente
traduz como “saudade de casa”.
Não se trata de minha moradia física, ou um “Lugar que eu
possa voltar” depois das minhas viagens, se trata do lugar em que me sinto “em
casa”, o lugar comumente chamado de Lar.
Sinto falta de um lugar onde posso me jogar no sofá, esticar
as pernas e relaxar todos os músculos esforçados durante o dia inteiro, fechar
os olhos e respirar fundo o cheiro de comida que vem da cozinha, ouvir o
silencio de sorrisos, ventiladores girando e vapor saindo da panela quente.
Estar ali sem pressa de iniciar uma próxima tarefa, estar ali com a certeza de
que minha presença faz parte do ambiente, que não devo nada a ele, e nem ele a
mim.
Onde as preocupações, monstros e criaturas disfarçadas de problemas,
incertezas, sistemas sociais, a culpa, as lembranças, não invadiriam sem minha
permissão.
Onde eu poderia ser inteiramente eu mesmo, sem rótulos,
etiquetas, sem máscaras, protocolos sociais, sem precisar me forçar a nada
apenas pra seguir os padrões incomuns.
E não me importar com nada além da paz que o lugar me
fornece, das pessoas que coexistem da mesma forma naquele ambiente.
E que essas pessoas queiram minha presença ali, assim como
eu também quero a delas, onde em uma saudável conversa, poderíamos contar
nossos feitos de “fora de casa”.
E então quando estivesse revigorado, poderia deixa-lo com a
certeza de que ele sempre estaria ali, aguardando a minha volta... assim como
eu aguardo a dele.
E enquanto não o encontro... caminho por esse mundo
desconfortável e estranho.
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